Almir nasceu em 1973 e nunca conheceu o pai biológico. Foto: Arquivo Pessoal

Pastor procura pai que era porteiro no Recife nos anos 1970 e pode ser parente de Lula

O pastor evangélico e professor de português Almir da Cruz Silva, 51 anos, tem um sonho a realizar. Filho de dona Nair dos Santos Cruz, hoje com 75 anos, Almir nasceu na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, em 21 de março de 1973. Sua mãe deixou o Recife quando estava grávida e ele nunca conheceu o pai biológico. Embora tenha sido criado e amado pelo homem que depois casou com dona Nair, Almir deseja encontrar e abraçar o pai.

A história de mãe e filho começa no bairro da Boa Vista, no coração do Recife, em 1972. Dona Nair, com 24 anos na época, trabalhava numa pousada na Avenida Manoel Borba. Ela, então, começou um namoro com o porteiro de um edifício que ficava perto do trabalho dela, também na Manoel Borba. Os jovens mantiveram um relacionamento por um tempo, mas o rapaz nunca soube da gravidez de dona Nair.

Almir conta que a mãe e o pai biológico, que ele sabe apenas se chamar Natanael Inácio, terminaram o namoro e dona Nair teria ficado com receio de ter que dar o filho que ainda esperava para adoção. “Minha mãe diz que os antigos patrões dela já haviam até arrumado um casal para ela me doar quando eu nascesse. Foi quando ela decidiu deixar o Recife e voltar para o Rio Grande do Norte, onde moravam os parentes dela”, conta Almir.

Almir ao lado da mãe, Nair dos Santos Cruz. Foto: Arquivo Pessoal
Almir ao lado da mãe, Nair dos Santos Cruz. Foto: Arquivo Pessoal

Com o retorno para sua terra natal, dona Nair teve o filho e depois se casou com Arnaldo Pereira, com quem teve outros filhos. Almir chama Arnaldo de pai e tem uma boa relação com ele até hoje, mas falta saber quem é o seu pai biológico. “Na minha infância e adolescência, eu trabalhava para sustentar minha mãe e depois passei a ajudar meu pai de criação no trabalho braçal. Fiz muita coisa nessa vida. Depois que completei 20 anos, a vontade de procurar meu pai biológico despertou em mim”, lembra.

De família humilde e numerosa, Almir conta que parou de estudar aos 9 anos de idade para ajudar a manter a casa. Daí até a vida adulta, tudo só foi trabalho. “Trabalhei fazendo carvão, plantando e colhendo feijão, fiz capinação e muitas outras coisas. Precisava ajudar meu pai a alimentar minha mãe e meus irmãos. E todo esse tempo foi passando e nunca tive condições de ir atrás do meu pai biológico”, explica.

Aos 51 anos, Almir tem o desejo de encontrar e abraçar o pai. Foto: Arquivo Pessoal.
Aos 51 anos, Almir tem o desejo de encontrar e abraçar o pai. Foto: Arquivo Pessoal.

Foi somente aos 33 anos que Almir retornou aos estudos. Hoje, além de pastor e bacharel em teologia, ele ensina português. Almir casou, constituiu família e a vontade de encontrar o pai só aumenta. Porém, a única pista que ele tem é o antigo trabalho do pai. O porteiro Natanael, que tem um irmão chamado Manoel e também era porteiro, trabalhava no Edifício Santa Emília. Há uns oito anos, mãe e filho voltaram ao prédio em busca de notícias de Natanael.

“Quando eu e minha mãe fomos até o prédio onde meu pai biológico e o irmão dele trabalhavam antigamente, nenhum dos dois era mais funcionário do local. Ainda encontramos uma moradora antiga que conhecia meu pai. Ela falou que já era moradora do prédio no tempo em que ele trabalhava como porteiro, mas disse também que já fazia muitos anos que não tinha notícias sobre ele. Ficamos sem ter outro ponto de partida”, relata Almir.

Almir aos 22 anos. Ele divulgou fotos na esperança de encontrar o pai. Foto: Arquivo pessoal
Almir aos 22 anos. Ele divulgou fotos na esperança de encontrar o pai. Foto: Arquivo pessoal

Almir relata sua história em igrejas durante as pregações e já tentou de algumas formas encontrar o pai biológico. Nada deu certo. Ele decidiu contar sua história ao blog Bodega de Notícias e enviou fotos dele, da sua mãe e uma foto dele quando era jovem na esperança de que algum familiar ou conhecido de Natanael Inácio leia sobre sua história e, finalmente, ele consiga conhecer o pai.

“Outra coisa que também pode ajudar na localização dele é que minha mãe conta que meu pai biológico seria do interior do estado, mais precisamente da família Inácio da cidade de Garanhuns, e que ele chegaria a ser parente do atual presidente da República (Luiz Inácio Lula da Silva). Tudo que eu quero agora é encontrar e conhecer o meu pai”, destaca Almir. Se você está lendo esse texto e pode ajudar nesse encontro, pode entrar em contato com o blog.

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