Essa é a última foto feita das jovens Maria Eduarda e Tarsila no dia do desaparecimento. Foto: Divulgação

Caso Serrambi: 22 anos de um crime que não teve justiça

Foi no dia 3 de maio de 2003 que as amigas Maria Eduarda Dourado e Tarsila Gusmão desapareceram após tentarem voltar para a casa onde estavam hospedadas na Praia de Serrambi, litoral Sul do estado. As adolescentes, que tinham 16 anos na época, foram encontradas mortas dez dias depois. Uma pergunta circula sem resposta entre muitos pernambucanos há 22 anos. Quem matou Maria Eduarda e Tarsila Gusmão?

As estudantes tinham iniciado um passeio de lancha com um grupo de amigos mas não voltaram ao ponto de encontro para retorno no horário combinado. Tarsila e Maria Eduarda foram encontradas mortas num canavial. Os corpos estavam em adiantado estado de decomposição. Começava ali a investigação do crime que ficou conhecido como Caso Serrambi, em referência à praia onde as meninas estavam hospedadas.

Após se desencontrarem dos amigos, sem dinheiro e sem telefone celular, as duas adolescentes conseguiram uma carona de Maracaípe até Porto de Galinhas. De lá, telefonaram de um telefone público para o dono da casa onde estavam hospedadas pedindo que ele fosse pegá-las, o que não aconteceu de imediato.

“Angustiadas e querendo chegar logo na casa de Serrambi, elas começaram a pedir carona aos carros que passavam nesse ponto onde elas estavam. Era em frente a uma padaria e algumas testemunhas as viram naquela localidade”, disse o delegado José Silvestre, em entrevista ao editor do Bodega de Notícias, em 2023, quando o caso completou 20 anos.

Com base no depoimento de uma mulher que estava perto do local onde Tarsila e Maria Eduarda pediam carona, a Polícia Civil afirmou ter chegado aos responsáveis pelo duplo assassinato. De acordo com o relato dessa testemunha, depois de várias tentativas, as adolescentes conseguiram parar uma Kombi e perguntar se o destino era Serrambi. Elas entraram nessa Kombi, segundo a testemunha.

Três inquéritos, um deles da Polícia Federal, foram abertos para investigar o caso. Todos apontaram que dois irmãos kombeiros foram os responsáveis pelas mortes das jovens. Marcelo e Valfrido Lira foram presos em duas ocasiões diferentes, mas deixaram o presídio após o júri popular ocorrido no ano de 2010 decidir que eles não foram os assassinos de Tarsila e Maria Eduarda.

Os irmãos Lira sempre negaram qualquer envolvimento com o crime, embora não tivessem álibis fortes que os livrassem das acusações. Já a polícia tinha indícios da participação deles, mas também não conseguiu colher provas concretas da culpabilidade dos kombeiros no duplo assassinato. O Caso Serrambi virou uma “novela”.

Em maio de 2023, quando o crime completou 20 anos, a TV Guararapes Record exibiu uma reportagem especial recontando todo o caso e entrevistando pessoas diretamente ligadas às investigações. O material foi uma produção dos jornalistas Wagner Oliveira (editor deste blog) e Ciro Guimarães. A edição de imagens foi de Sérgio Rabelo Filho. Você pode assistir ao especial no link abaixo.

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